E agora um tchau?

Conheço um casal que namorava há anos e anos e faz uns meses que terminaram. Doeu até em mim essa separação. Tanto tempo juntos e agora 'tchau'. 
Cada um para o seu canto. Estranho, não é? Mas acontece. 

De fora da história comecei a refletir que o ser humano é pequeno demais para encarar a eternidade, e grande o bastante para se acostumar com a rotina. Talvez seja por esse motivo que tantos relacionamentos não duram, não sei. Eles precisavam desse adeus, pensei.

Um novo ano entrou, novos planos surgiram. Ele continuou no trabalho, fazendo novas viagens e contando histórias incríveis. Ela ficou mais desligada, independente e muito mais bonita. Novas amizades na vida dos dois, novas paixões, novas emoções. Outro ano entrou e quase já não se lembravam mais dos dois juntos. Ele terminou a faculdade, ela foi passar uma temporada em outra cidade.

Outro dia fomos todos chamados para uma festa. Ambos estavam. Depois de alguns anos separados, ali foi o primeiro reencontro. Eu não pude deixar de reparar a troca de olhares constante dos dois. Conversaram a noite toda e vi um sorriso no rosto dela, que não existia durante todo esse tempo em que se distanciaram.

Ele me contou que tinha chamado ela para jantar e, desde então, eles não se desgrudaram mais. Encontrei ela no shopping um dia desses, e com um sorriso no rosto, me disse: "Conheci um novo amor, e continua sendo a mesma pessoa."

Então comecei a entender que o amor é um senhor teimoso de braços cruzados, emburrado até conseguir o que quer.
Pensei:
Você pode até cruzar o mundo.
Virar do avesso.
Mudar seus gostos
Seus planos.
Pode até casar novamente. 
Ter filhos e mudar de cidade.
Mas o que tiver que ser seu, sempre será.
Não adianta brigar com o amor, ele até pode dar um tempo, uma trégua, mas quando ele escolhe duas vidas, ambas viram bússola uma da outra. Não se perdem e tampouco se desconectam...



Fonte: https://pensador.uol.com.br/frase/MTk4NDkxNg/

O dia depois do dia em que eu me matei...

O dia seguinte


O dia depois do dia em que eu me matei, eu acordei.
Eu preparei meu café da manhã, espremi as laranjas, pus manteiga no pão e fiz torradas. Depois, limpei a sujeira que fiz, lavei a louça e estendi os panos de prato.

O dia depois do dia em que eu me matei, eu me apaixonei. Não pelo garoto que mora na rua ao lado e nem pelo meu professor de Português. Nem mesmo por aquele que costumava me presentear com doces outrora. Eu me apaixonei pela minha mãe e pelo amor que pude ver em seus olhos enquanto ela olhava para minha foto, sentada no chão do meu quarto chorando baixinho. Eu me apaixonei pelo meu pai, esse senhor mau humorado que parecia nunca se abalar com nada, mas que agora vagava pela casa tentando entender porque tudo estava tão vazio. Eu me apaixonei pelas minhas tias, minhas irmãs de criação, que agora se abraçavam e questionavam-se sobre meus motivos de querer partir. Eu me apaixonei pela minha irmã de verdade, aquela que sempre estava tão perto mas tão longe de mim... aquela que eu costumava fazer tranças para ir para a escola e que agora está trancada em seu quarto, com as mãos na cabeça, perguntando-se sem parar o que deveria ter feito para me ajudar e tentando, desesperadamente, acreditar que eu ainda estou aqui.

O dia depois do dia em que eu me matei, eu sentei no chão da varanda, ao lado do meu cachorro e o observei latir para os estranhos que insistiam em aparecer na minha casa tentando consolar minha família. Nos momentos em que ele choramingava, olhava pelas frestas da porta, esperando que eu fosse acalmá-lo, como sempre fazia. Mas eu não estava lá para acalmá-lo, então ele voltava para sua caminha e se deitava, todo encolhido e tristonho. 

O dia depois do dia em que eu me matei, eu voltei na casa onde morei durante minha infância e fui no quartinho velho onde costumava passar horas sozinha brincando. Procurei embaixo da pintura desgastada o lugar onde eu havia escrito meu nome... mas agora estava quase desaparecendo, só um borrão restava. Depois caminhei pela praça de minha cidade. O céu estava escuro e uma brisa fria soprava ao meu redor, observei as crianças barulhentas e felizes que brincavam no coreto e o movimento que as folhas faziam na copa das árvores. Observei um casal de idosos atravessando a rua e a maneira como ele segurava a mão de sua esposa olhando para os lados. Vi também um grupo de pessoas comentando a notícia de minha morte, e uma mulher que exibia minhas fotos em seu celular para todos que afirmavam que não me conheciam.

O dia depois do dia em que eu me matei, eu pude ver o pôr do sol através das montanhas, pude observar por alguns instantes o tom alaranjado incrível que se formava no céu antes dele se esconder e dar lugar a uma noite fria, daquelas perfeitas para ler um bom livro e tomar chá, com bolachas, claro.

O dia depois do dia em que eu me matei, eu corri até meu corpo mórbido e tentei colocar um pouco de juízo dentro dela. Eu falei sobre as crianças no coreto, o casal de idosos e sobre a família dela. Eu contei tudo sobre o cachorro, o pôr do sol e o vento nas árvores.


O dia depois do dia em que eu me matei, eu tentei voltar a viver, mas eu não pude acabar com o que eu comecei.



Fonte: http://relicariodetextos.blogspot.com.br/2016/05/postagem-teste.html

Reforma do Ensino Médio: A importância da Filosofia na grade curricular.


Olá migos, nesse vídeo falo um pouco sobre a importância das matérias de Filosofia, sociologia, e artes nas escolas e sobre o quão prejudicial é o período integral para alguns alunos..


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